“Você é aos 40 anos o que cultivou aos 20.” Com esta frase, o médico Paulo Rocha resume e faz um alerta: está prestes a chegar uma geração de jovens precocemente envelhecidos. 

O especialista paulistano, clínico do Hospital Santa Paula, diz que ao contrário dos pais na faixa dos 40 ou 50 anos preocupados com uma vida mais equilibrada física e psicologicamente, os jovens de hoje (na faixa dos 15 aos 25 anos) são adeptos de uma elevada carga de estresse, cigarros, bebidas alcoólicas, falta de exercícios, sono insuficiente e outros aspectos que têm preocupado a classe médica.

“A saúde de muitos jovens tem sido ameaçada pelos constantes excessos a que se expõem. Fatores como alimentação inadequada (excesso de lanches, salgadinhos e bolachas), consumo elevado de álcool e fumo, sedentarismo, sono irregular e, inclusive, certa negligência com relação à prática sexual representam um risco muito grande”, alega Paulo. “Caso esse ritmo persista por algum tempo, eles não chegarão à idade dos pais nas mesmas condições”.

Como a classe médica tem percebido isso e como os leigos também podem notar? “Mais cedo do que se pensa, esses jovens começarão a dar sinais de fragilidade, estando mais propensos ao surgimento de doenças e ao envelhecimento precoce”, explica o médico. 

Segundo ele, muito a esse quadro de comportamento irregular se deve o aumento da obesidade, distúrbios do sono e doenças cardíacas, renais e hepáticas. É preciso alertar os jovens para adotarem hábitos de uma vida saudável desde agora.

Todos conhecem jovens que dormem mal, comem bobagens a todo momento, passam horas diante do computador em jogos ou internet, ficam tempo demais sob o sol forte, fumam, bebem e se excedem em saídas com os amigos e outros hábitos nada saudáveis. 

Pode apenas ser “uma fase”, como muitos pensam, mas os reflexos físicos e psicológicos vêm com o tempo, como alerta Paulo Rocha.

“É imprescindível que esse jovem aprenda a se alimentar bem, depois de uma boa noite de sono”, avisa. “É igualmente importante praticar esportes, caminhar e procurar não virar as noites nas baladas nem em frente ao computador. Cigarro e bebidas, então, devem ser banidos”. Ou pelo menos deve haver um esforço nesse sentido, orienta o especialista.